Rio do Sul, 02.12.25 - Realizada na noite de ontem, 02 de dezembro, em Rio do Sul, a palestra “Reforma Tributária: os impactos na indústria e na economia”, reuniu lideranças de diferentes setores industriais em um encontro estratégico voltado ao fortalecimento das conexões e ao entendimento das transformações que o novo sistema tributário trará ao país.
O assunto foi conduzido por Joacir Sevegnani, doutor em Ciência Jurídica pela Univali e em Giurisprudenza pela Università di Perugia (Itália), com graduação em Ciências Contábeis e Direito, além de vasta experiência como Auditor Fiscal da Receita Estadual, professor universitário e autor de livros sobre tributação.
Ele apresentou uma análise detalhada sobre as mudanças aprovadas pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023. “A reforma tributária é uma sistemática que muda toda a tributação sobre o consumo”, explicou, lembrando que o PIS e a COFINS darão lugar à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) a partir de 2027, enquanto ICMS e ISS serão extintos gradualmente até 2033, quando passa a valer integralmente o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Para Sevegnani, a mudança traz ganhos significativos: “Nós reduzimos sensivelmente a quantidade e a complexidade das legislações tributárias”, afirmou. Hoje, existem mais de 5 mil legislações municipais e 27 estaduais sobre ISS e ICMS.
O palestrante também enfatizou a etapa de transição e calibragem da carga tributária, que inicia em 2026. Além disso, explicou o papel do Imposto Seletivo, destinado a desestimular produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Ao analisar os impactos por setor, Sevegnani pontuou que a indústria tende a sofrer menos com as mudanças. “A indústria já tem uma carga tributária relativamente elevada, então deve ser pouco afetada, talvez até favorecida em alguns aspectos. Já o setor de serviços, será o mais onerado." Mesmo assim, a proposta busca manter a carga tributária geral do país estável. “A ideia é que continue a mesma”, reforçou.
Outro ponto enfatizado foi o novo modelo de repartição dos tributos. A reforma introduz critérios sociais como IDH, saúde, educação e proteção ambiental, além do movimento econômico. “Isso parece um modelo justo, no sentido de que o Estado brasileiro precisa atuar na redução das desigualdades sociais, e isso se faz também através da tributação”, avaliou.
Ao final, Sevegnani ressaltou a importância da mudança para o equilíbrio federativo e para a redução da guerra fiscal entre estados e municípios. “É um avanço significativo, com seus defeitos, obviamente, mas extremamente benéfico em muitos aspectos”, concluiu.
O encontro, de confraternização e palestra, foi realizado pela FIESC Alto Vale, SIMMMERS, SINFIATEC, SINDUSCON/Rio do Sul, SINDICER, SIMARS e SINDIMADE.
